Muitas
vezes nos deparamos com situações que causam estranheza e deixam muita gente
sem entender “o porquê das coisas”, contudo, quando conhecemos a história e os
interesses dos envolvidos, e analisamos as condutas e o que as motivaram,
chegamos a várias hipóteses motivacionais. Na prática, tudo não passa de um
jogo de interesses pessoais e de sobrevivência política
Na política, é comum movimentos que a
princípio deixam algumas pessoas sem entender e transformam aqueles que fizeram
o movimento em aparentes heróis que surgiram para resgatar a dignidade, a moral
e a ética social. Ledo engano, pois ninguém, senão a própria sociedade pode
resgatar esses valores.
Esses
movimentos geralmente ocorrem em períodos pré-eleitorais, quando muitos
políticos que ao longo de mais de 03 anos optaram pelo anonimato, de olho no
eleitorado passam a dar ênfase pública as suas ações, registrando e publicizando
até mesmo visitas a banheiros públicos.
Outro
movimento que também não é incomum ocorrer é alguns políticos que passam
décadas em determinado grupo se beneficiando política e economicamente em
detrimento do que pensa a sociedade, e de repente passa para lado dos
opositores daquele grupo que até então lhe beneficiou.
Neste
caso, o político que até então era omisso, ou para dizer o mínimo, silente
quanto aos anseios da sociedade, passa a “defende-la” com “unhas e dentes”
chegando inclusive a atacar com a “irá dos Titãs” as práticas políticas de seus
antigos aliados e que até então também eram as suas. Mas claro que tudo não
passa de uma tática que visa apenas induzir em seus eleitores uma falsa
impressão de mudança de atitude.
Finalmente,
todos sabemos que principalmente nos poderes executivos, quem está no primeiro
mandato por certo irá disputar a reeleição ressalvados motivações pessoais,
jurídicas ou acordos políticos, o que raramente acontece nessa fase. Também
quase certo que no executivo quem está em seu segundo mandato almeja fazer o
sucessor e assim, dar continuidade a sua base política e ao trabalho que
desenvolveu ao longo de oito anos de mandato.
Já
no legislativo existe uma tática que está se tornando a cada dia mais usual no
meio político em períodos pré-eleitorais, ela é comumente levada a efeito
quando um parlamentar com várias legislaturas percebe que insistir em continuar
no parlamento pode leva-lo a derrota ou pode tornar sua eleição ainda mais cara
do que é geralmente. E a despeito dos limites de gastos impostos pela
legislação eleitoral, na prática não é barato e eu diria até que esse limite
não daria nem para troco em relação ao que realmente é gasto.
Mas
vamos ao que interessa, ou seja, a tática para garantir a manutenção no poder e
até “baratear” em tese a eleição. Os parlamentares em fim de carreira, bem
antes do prazo previsto na lei para a campanha eleitoral encontra uma pessoa de
sua convivência e/ou de extrema confiança que tenha uma boa aceitação no seio
político e social e passa então a fomentar a vinculação de seu nome a ações
positivas, principalmente as de cunho sociais, culturais, esportivos,
educacionais etc. Que geralmente são custeadas pelo poder público. (aqui a
impessoalidade vai “pras cucuias”).
Feito
isso, o político em “fim de carreira” constrói assim uma alternativa que lhe
garanta a manutenção do status quo mandatário através de um terceiro. Ocorre
que em muitos casos, isso só não basta, ou seja, apenas um nome vinculado a
ações positivas não é suficiente, é preciso dar “upgrade” e então passar a impressão de que
aquela pessoa tem voo próprio e pretende ir bem além obvio.
Ocorre
que muitas vezes essa tática pode ser um tiro pela culatra, isso porque no
campo político quem elege é o povo, mas quem decide quem serão os votados são
os grupos e os acordos políticos, que envolvem partidos, lideranças,
mandatários, empresários, e é claro, “grana”. Por isso essa última tática é tão
perigosa, pois pode levar todas as anteriores ao “pro beleléu”, deixando o
estrategista sem mel e sem cabaça.