sábado, 30 de janeiro de 2021

BOLSONARO: UMA PROMESSA FOI CUMPRIDA

 
"...Não invento nem crio factoides ou uso palavras pomposas para descrever mentiras, como o fazem alguns dos pseudos intelectuais para defender as mazelas de seu chefe tresloucado que brinca, zomba e tripudia da dor e sofrimento de milhões de brasileiros ....” (Eudasio Menezes).

Quando deputado federal, o hoje presidente Jair Messias Bolsonaro atacou o Congresso Nacional “o congresso não presta pra nada, só vota o que o presidente quer” afirmou ainda que “se fosse eleito presidente fecharia o congresso no mesmo dia”, defendeu a sonegação de impostos, e foi além, ao defender uma guerra civil que tirasse a vida de pelo menos 30 mil brasileiros, começando pela de Fernando Henrique Cardoso.

Em 2018 surfando na onda do antipetismo em especial durante o segundo mandato de Dilma Rousseff, sentimento este que foi fomentado na grande mídia por meia dúzia de políticos e empresários, que não encontraram em Dilma a facilidade que tiveram em governos anteriores para chantagear e extorquir os brasileiros através de suas instituições representativas, com a promessa de acabar com a corrupção Jair Bolsonaro foi eleito presidente da República.

Eleição essa que se tornou possível graças ao sentimento equivocado de uma parcela desinformada composta por alienados e fanáticos religiosos, em especial do meio evangélico, conduzidos por alguns pastores mal caráteres que fazem da palavra de Deus não um meio para salvação do espírito humano, mas um fim para engordar suas próprias contas bancárias (existem pastores cujo salário da ocupação formal não condiz com seu padrão de vida ou o patrimônio este, muitas vezes ocultos em nome de “laranjas”.

Assim, num acidente de percurso, onde Aécio Neves teve sua vida pregressa exposta com notícias vinculando-o a apreensão de 500 quilos de cocaína e também seu envolvimento com corrupção vinculada a Odebrecth uma grande multinacional que eu considero como a mãe da propina no Brasil e em vários países mundo a fora. E claro, com a ajuda inquestionável do então “paladino da justiça” o juiz federal Sérgio Moro e seu exército de procuradores chefiados por Deltan Dallangnol, Bolsonaro tornou-se presidente da República, com a promessa de acabar com a corrupção.

 Desde então, com raríssimas exceções o que vemos é que Bolsonaro vem fazendo uma administração catastrófica e medíocre, com constantes ataques a imprensa, desrespeito a dignidade da pessoa humana, xenofobia, homofobia. Ah e sobre o combate a corrupção nada foi feito.

Ao contrário, o governo Bolsonaro vem aparelhando as instituições estatais que outrora eram tidas como combatentes da corrupção (embora ao meu sentir foram apenas um meio para atingir um fim que seria destituir do poder o Partido dos Trabalhadores) com o objetivo de proteger seus familiares a exemplo de seu filho e ex-deputado Flávio Bolsonaro envolto até o talo no esquema de corrupção denominado “rachadinha” sobre o qual conseguiu inclusive o aval da justiça brasileira para que nada seja divulgado.

Sobre a família presidencial brasileira atual, pairam até suspeitas envolvendo-os com os responsáveis pela execução da vereadora Psolista do Rio de Janeiro Marielle Franco, cuja questão da visita de um de seus executores ao condomínio (casa) onde reside Jair Bolsonaro, até hoje ao meu sentir nunca ficou bem esclarecido.

Dentre muitas outras promessas de campanha feita por Jair Bolsonaro foi a de enxugar a máquina pública reduzindo ministérios e não fazer negociatas com partidos ou políticos trocando ministérios ou cargos por apoio e votos. Mais uma mentira BolsonARIANA. Contudo, ao primeiro sinal de ameaça de processo de impeachment, tratou logo de negociar ministérios e cargos com os partidos que compõem o chamado Centrão. Ou seja, partidos fisiologistas que independente de quem esteja no poder eles darão sustentação, desde que tenham seus anseios e aspiração pessoais atendidas.

E agora, na iminência de acontecer as eleições das presidências e mesas diretoras da Câmara e Senado Federal, Bolsonaro dá mais um passo em sua meta para continuar a saga de controle das instituições da República. Desta feita, libera bilhões em emendas parlamentares e promete a recriação de ministérios, para atender a mais de 280 parlamentares que devem em trocar eleger os candidatos dele a presidência das duas casas que compõem o Congresso Nacional. Se insto acontecer, por certo, no futuro próximo poderemos chamar o que vemos como caos de hoje, como o paraíso de ontem.

Finalmente uma das poucas coisas que Bolsonaro cumpriu e até se superou, já que não houve a necessária uma guerra civil, foi a parte que ele fala sobre a morte milhares de brasileiros. Nesse quesito, o BolsonARIANO-MOR, com sua prática negacionista e desinformativa ajudado por milhares de religiosos radicais, falsos moralistas, demagogos e outros tantos pobre “égua”, “mama na égua” e “filhos de uma égua” pregando contra as medidas de proteção como distanciamento social, uso de máscara, tratamentos precoces não comprovados cientificamente e até mesmo contra a imunização através de vacinas conseguiu, fazer com que os efeitos da pandemia que assola o mundo fossem intensificada no Brasil.

Somente após superarmos os 8.500.000 (oito milhões e quinhentos mil) infectados pela Covid-19, com 205.000 (duzentas e cinco mil mortes) é que alguns Negacionistas BolsonARIANOS, incluindo nestes o próprio presidente da República começaram timidamente a admitir o uso das vacinas como benéficos, NEGANDO ASSIM SEU PRÓPRIO NEGACIONISMO.

Na data da publicação desta matéria o portal estava com atualização feita dia 29 de janeiro e constava 9.118.513 (nove milhões cento e dezoito mil e quinhentos e treze) casos confirmados, com uma média diária de 59.826 (cinquenta e nove mil oitocentos e vinte e seis mil) novos casos, totalizando 222.666 (duzentos e vinte e dois mil seiscentos e sessenta e seis) mortes com uma média diária de 1.119 (mil cento e dezenove mil) e uma taxa de letalidade de 2,4 %, correspondendo a mortalidade de 106 pessoas para cada 100.000 habitantes.

domingo, 24 de janeiro de 2021

TRILOGIA DO CAOS

“...Nem sempre as ações e o modus operandi demonstram as intenções de quem as pratica. É preciso estarmos atentos ao comportamento pretérito e presente do indivíduo, somente assim podemos avaliar suas verdadeiras intenções....” (Eudasio Menezes).


O Negacionista do Brasília usa e abusa de frases de efeitos que são preparadas para agradar aos seus seguidores, compostos em sua maioria por fanáticos religiosos e de resquícios mumificados do pior período de nossa história (Ditadura Militar) além de um bando de seres desinformados que querem apenas seguir os "ensinamentos" de seu mito que com suas idiotices dança sob o túmulo de mais de 215 mil mortos levados pela Covid-19.

O Engomadinho Paulista posa de Salvador da Pátria e vende uma imagem midiaticamente trabalhada enquanto trava uma batalha de ego com o Negacionista de Brasília com a vã tentativa de ludibriar aqueles que não percebem o que de fato ocorre nos bastidores da política. Ressalte-se que no passado recente ele cortou milhões em verbas que seriam destinadas a pesquisas no mesmo Butantã que ele hoje usa como trampolim político para suas aspirações pessoais.

O Cangaceiro Sobralense, vende a imagem de altamente preparado e de conhecedor dos problemas de nosso país, vomitando dados e estatísticas que ninguém liga para checar sua veracidade, entretanto, sempre que esteve assumiu algum cargo relevante, adotou a postura ditatorial (a mesma adotada pelo Negacionista de Brasília). E em seus rompantes, chegou a ofender professores, profissionais de saúde, estudantes entre outros. O que tudo indica é genético, já que seu irmão a pouco jogou uma retroescavadeira sobre centenas de policiais (que mesmo proibidos por Lei) apenas lutavam por melhorias de salário e melhores condições de trabalho.

domingo, 17 de janeiro de 2021

DESMISTIFICANDO O MITO

“...Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência do Ministro Dias Toffoli, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por maioria de votos, em referendar a medida cautelar deferida pelo Ministro Marco Aurélio (Relator), acrescida de interpretação conforme à Constituição ao § 9º do art. 3º da Lei 13.979/2020, a fim de explicitar que, preservada a atribuição de cada esfera de governo, nos termos do inciso I do art. 198 da Constituição, o Presidente da República poderá dispor, mediante decreto, sobre os serviços públicos e atividades essenciais, vencidos, neste ponto, o Ministro Relator e o Ministro Dias Toffoli (Presidente), e, em parte, quanto à interpretação conforme à letra b do inciso VI do art. 3º, os Ministros Alexandre de Moraes e Luiz Fux....” (Plenário do Supremo Tribunal Federal em referendo à Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 6.341. Distrito Federal 15 de abril de 2020.

Além do NEGACIONISMO GENOCIDA que nega a ciência e tenta minimiza os efeitos da pandemia de Covid-19, sobre o qual falei na matéria anterior, outra característica marcante disseminada pelo presidente Jair Bolsonaro e repercutida pelos BolsonARIANOS nas redes sociais, é a tentativa insana, covarde e constante de isentar-se de suas responsabilidades, enquanto chefe de Estado atribuindo seus fracassos administrativos e inércias na gestão aos petistas, aos comunistas, aos chineses e até mesmo ao povo brasileiro que não concorda com sua falta de ação efetiva no combate a pandemia.

Um exemplo claro destas tentativas de DESINFORMAR ao povo são as mentiras disseminadas por Bolsonaro e seus seguidores de que o Supremo Tribunal Federal, o proibiu de agir no combate a pandemia transferindo essa competência para os estados e municípios, quando na verdade o que o STF fez, foi apenas determinar que os estados e municípios tem autonomia concorrente para adotar medidas restritivas e protetivas que visem combater os efeitos da pandemia de Covid-19 e que o presidente pode legislar, inclusive por decreto e medida provisória, sobre medidas que visem o combate à pandemia, sem contudo, interferir na competência concorrente dos entes municipais e estaduais. O que o presidente não pode e nem deve fazer é editar qualquer medida que venha a proibir qualquer medida editada pelos estados e municípios de atuar dentro de suas áreas de competências no sentido de coibir o avanço da pandemia em seus territórios. (Leiam o teor da decisão em destaque no início desta matéria).

 Em resumo o STF, por unanimidade, confirmou o entendimento de que as medidas adotadas pelo Governo Federal na Medida Provisória (MP) 926/2020 para o enfrentamento do novo coronavírus, não afastam a competência concorrente nem a tomada de providências normativas e administrativas pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios. Decisão tomada, em sessão remota realizada por videoconferência, no referendo da medida cautelar deferida em março pelo ministro Marco Aurélio na Ação Direta de Inconstitucionalidade de número 6.341. Conforme publicado na página da Corte Constitucional brasileira, senão vejamos:

Na decisão, a maioria dos ministros seguiu à proposta do ministro Edson Fachin sobre a necessidade de que o artigo 3º da Lei 13.979/2020 também seja interpretado de acordo com a Constituição, a fim de deixar claro que a União pode legislar sobre o tema, mas que o exercício desta competência deve sempre resguardar a autonomia dos demais entes.

No seu entendimento, a possibilidade do chefe do Executivo Federal definir por decreto a essencialidade dos serviços públicos, sem observância da autonomia dos entes locais, afrontaria o princípio da separação dos poderes. Ficaram vencidos, neste ponto, o relator e o ministro Dias Toffoli, que entenderam que a liminar, nos termos em que foi deferida, era suficiente...

Polícia sanitária

O Partido Democrático Trabalhista (PDT), autor da ação, argumentava que a redistribuição de poderes de polícia sanitária introduzida pela MP 926/2020 na Lei Federal 13.979/2020 interferiu no regime de cooperação entre os entes federativos, pois confiou à União as prerrogativas de isolamento, quarentena, interdição de locomoção, de serviços públicos e atividades essenciais e de circulação.

Competência concorrente

Em seu voto, o ministro Marco Aurélio reafirmou seu entendimento de que não há na norma transgressão a preceito da Constituição Federal. Para o ministro, a MP não afasta os atos a serem praticados pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios, que têm competência concorrente para legislar sobre saúde pública (artigo 23, inciso II, da Constituição). A seu ver, a norma apenas trata das atribuições das autoridades em relação às medidas a serem implementadas em razão da pandemia.

O relator ressaltou ainda que a medida provisória, diante da urgência e da necessidade de disciplina, foi editada com a finalidade de mitigar os efeitos da chegada da pandemia ao Brasil e que o Governo Federal, ao editá-la, atuou a tempo e modo, diante da urgência e da necessidade de uma disciplina de abrangência nacional sobre a matéria.

O ministro Marco Aurélio, deferiu em parte pedido de liminar do Partido Democrático Trabalhista na Ação Direta de Inconstitucionalidade 6341 para explicitar que as medidas adotadas pelo Governo Federal na Medida Provisória 926/2020 para o enfrentamento do novo coronavírus não afastam a competência concorrente nem a tomada de providências normativas e administrativas pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios.

Na ação, o PDT pedia a suspensão da eficácia de diversos dispositivos da MP 926/2020. No entanto, para o ministro, a norma, diante do quadro de urgência e da necessidade de disciplina, foi editada a fim de mitigar a crise internacional que chegou ao Brasil. Essa parte do pedido foi indeferida.

Para o relator, a distribuição de atribuições prevista na MP não contraria a Constituição Federal, pois as providências não afastaram atos a serem praticados pelos demais entes federativos no âmbito da competência comum para legislar sobre saúde pública (artigo 23, inciso II). “Presentes urgência e necessidade de ter-se disciplina geral de abrangência nacional, há de concluir-se que, a tempo e modo, atuou o presidente da República ao editar a Medida Provisória.” (Fonte STF) concluiu.

Conforme pode ser observado no texto acima, não houve qualquer retirada de competência ou vedação as ações do governo federal, o Supremo Tribunal Federal fez foi apenas reafirmar o que está posto na Constituição Federal sobre a autonomia concorrente dos estados e municípios para adotar medidas que visem combater os efeitos da pandemia. Tanto é assim que o pedido do Partido Trabalhista Brasileiro para revogar a referida medida provisória foi indeferido pelos ministros.

           Portanto, a afirmação dos BolsonARIANOS de que o Supremo Tribunal Federal proibiu o governo federal de atuar no combate a pandemia, e transferiu essa competência para os estados e municípios, não passa de mais uma tentativa de DESINFORMAR a população, além de uma vã e medíocre tentativa de eximir o presidente Jair Messias Bolsonaro de sua responsabilidade enquanto Chefe de Estado, assim como também é medíocre o alarde que faz, quando executa alguma ação como por exemplo o repasse de recursos aos estados e municípios, tentando fazer parecer que o governo é generoso, quando na verdade está apenas cumprindo o que dita a Constituição Federal.

sábado, 16 de janeiro de 2021

NEGACIONISMO GENOCIDA


“...Aqueles que tem o Poder/Dever de agir em nome e para o bem comum de uma Nação, mas se recusam a aceitar e implementar essas ações com base em estudos científicos, negando e/ou ignorando a gravidade de uma pandemia que assola o mundo e que já tirou milhões de vida, prestando constantemente desinformações que levam ao agravamento da situação pode sim e deve ser classificado como NEGACIONISTA GENOCIDA...” (Eudasio Menezes)

Para falar apenas do período de Pandemia, pode-se afirmar de forma categórica que um dos maiores crimes do presidente da República Jair Bolsonaro é o NEGACIONISMO GENOCIDA, que é por ele praticado através de DECLARAÇÕES, difundidas em suas redes sociais, sem qualquer base cientifica. São verdadeiros arsenais de DESINFORMAÇÕES ditas por ele e disseminadas por seus seguidores através das redes sociais e em muitos casos de perfis falsos.

Lógico que Bolsonaro e os BolsonARIANOS, jamais admitiriam tal prática, mas ele é sim, NEGACIONISTA GENOCIDA e isso ocorre no momento em que minimiza a gravidade e os impactos da pandemia Covid-19 que já tirou a vida de mais de 207 mil brasileiros ao afirmar que os efeitos da pandemia estão sendo “superdimensionados” que a pandemia trata-se de uma pequena crise que é muito mais fantasia, que a pandemia é uma histeria causada pelo interesse econômico, dentre outras centenas de declarações dadas por ele ao longo de um ano de pandemia.

Pandemia esta que até o momento do fechamento desta matéria infectou 8.393.492 e que ceifou a vida de 208.246 brasileiros. Portanto, podemos denominar NEGACIONISMO GENOCIDA, as atitudes de um presidente (que embora esteja desesperado para comprar e não consegue por ter agido tardiamente), ao querer tirar a responsabilidade do Estado quanto aos eventuais efeitos colaterais, e jogar para a população que busca desesperadamente uma saída, desestimula o uso de vacinas contra a Covid-19 que tem papel crucial na imunização contra este mal que assola o planeta e nosso país em especial.

Ao agir dessa forma, fomentando DESINFORMAÇÃO, na condição de líder da Nação, assume sim papel de NEGACIONISTA, e esse NEGACIONISMO vem contribuindo significativamente para a morte de milhares de pessoas. Portanto, ao meu sentir isto vem contribuindo significativamente para extermínio de parcela significativa da população, e é por isso que conceituo como NEGACIONISMO GENOCIDA.

sábado, 9 de janeiro de 2021

PRINCIPADO CIVIL x REPÚBLICA DEMOCRÁTICA

Napoleão Bonaparte após perder sua posição de imperador e ficar preso na Ilha de Elba comentado a obra “O Príncipe” em nota de rodapé sobre os Próceres afirmou: "... parece incrível não tenha eu previsto que estes ambiciosos, sempre prontos a se anteciparem ao curso da fortuna, me abandonariam, e, até, me entregariam ao inimigo, desde que eu caísse na adversidade...".

Conforme narrativa de Nicolau Maquiavel em sua renomada obra “O Príncipe”, os principados classificam-se em Hereditários quando governado por um príncipe herdeiro cuja aquisição e transmissão tem por critério primário a linha sanguínea real, os Novos, que dividem-se em Totalmente Novos e Mistos que são aqueles anexados ao Estado hereditário do príncipe que os adquire. Quanto forma de aquisição o filósofo destaca que os principados podem ser conquistados com armas (forças) de outros, ou com as próprias armas, ou ainda por obra da virtude (virtú) e da fortuna (sorte).

Mas deixando de lado os demais tipos de Principados e suas formas de aquisição e manutenção, debrucemo-nos sobre aquele ao qual Maquiavel convencionou chamar de Principado Civil, o qual um cidadão comum pode chegar à condição de príncipe e não pela violência, hereditariedade, mas sim pela vontade de seus concidadãos.

"...quando o cidadão se torna príncipe de sua pátria, não por meio de crime ou outra intolerável violência, mas com a ajuda dos seus compatriotas...”.

Exceto por nosso atual sistema de votação, este principado ao meu sentir, até mesmo a forma pela qual o príncipe chega ao poder no principado civil é o que mais se aproxima do modelo republicano e democrático de governo, uma vez que o governante chegar ao Poder através do apoio dos concidadãos, os quais Nicolau Maquiavel classifica-os em duas castas, a saber, os Próceres (chefes, influentes e magnatas) e o povo que é a maioria da população.

Pelas características descritas pelo filósofo florentino, infere-se que os Próceres seriam a casta rica da sociedade e, portanto, a classe opressora, enquanto o povo seria maior parte da população constituindo-se como seguimento pobre e oprimido da sociedade daquele período.

“... em qualquer cidade se encontra essas duas forças contrárias, uma das quais provém de não desejar o povo dominado nem oprimido pelos grandes, e a outra de quererem os grandes dominar e oprimir o povo. Destas duas tendências opostas surge nas cidades, ou Principados, ou a liberdade, ou a anarquia...".

É exatamente nesta divisão de castas que o principado Civil se aproxima de nosso sistema republicanos e democráticos de nossos dias. Isto porque até mesmo o modus operandi usado para proclamar os príncipes equipara-se ao dos presidentes das Repúblicas na maior parte do mundo contemporâneo, ou seja, o apoio popular.

“...o principado assim constituído podemo-lo chamar de civil, e para alguém chegar a governa-lo não precisa de ter ou exclusivamente virtude (virtú) ou exclusivamente fortuna, mais antes uma astúcia afortunada (...) a ajuda nesse caso é prestada pelo povo ou pelos Próceres...”

Ainda segundo os ensinamentos de Nicolau Maquiavel, em dados momentos da história, os ricos percebendo não poder enfrentar o povo, escolhem um nome dentre eles que será o príncipe, dando-lhes falsa impressão de que o povo estará no poder (neste momento lembrei da eleição de Lula) quando de fato este príncipe será um fantoche que servirá apenas para dar guarida a ganância insaciável destes magnatas.

"...quem chega à condição de príncipe com o auxílio de magnatas, conserva-se com maiores dificuldades do que quem chega com o auxílio do vulgo, porque no seu cargo está rodeado de muitos que se julgam de sua iguala..."

De modo semelhante (e com maior frequência na atualidade) ocorre em relação ao povo, que percebendo não ter forças suficiente para enfrentar e derrotar os magnatas, sob as falsas promessas de segurança, escolhem um deles para ser Príncipe, contudo, em pouco tempo tal esperança dar margem à decepções e incertezas por não verem concretizadas suas expectativas, contudo, a falta de organização e força popular, colabora para que o governante deste tipo de estado não tenha maiores problemas em relação ao povo. Bastando a ele atender umas poucas demandas. Senão vejamos:

"...aquele, porém, que sobe ao Poder com o favor popular, não encontra em torno de si ninguém ou quase ninguém que não esteja disposto a obedecê-lo. Demais, não se pode honestamente satisfazer os poderosos sem lesar os outros, pode fazer isso em relação…”

Do exposto, conclui-se, portanto, que o dualismo político e de classes sempre existiu e sempre existirá, e mais, que os discursos atuais de que vivemos em um mundo / país / estado / cidade divididos, nada mais é do que um álibi dos ganhadores para justificar sua incompetência e inoperância, e um argumento pífio dos perdedores para não terem que arcar com as responsabilidades de sua falta de credibilidade para conseguir ganhar uma disputa eleitoral.

domingo, 3 de janeiro de 2021

RICOS CADA VEZ MAIS RICOS...

"...parece-me incrível que não tenha eu previsto que estes ambiciosos, sempre prontos a se anteciparem ao curso da fortuna, me abandonariam e, até, me entregariam ao inimigo, desde que eu caísse na adversidade. Farão a mesma coisa a meu favor, contra ele, enquanto me virem em situação firme, mas estarão sempre dispostos a se voltarem contra mim oportunamente, se meu poder se mostrar vacilante...". (Napoleão Bonaparte em nota de rodapé comentado a obra O Príncipe de Nicolau Maquiavel),

As pautas necessárias e que realmente se prestariam ao desenvolvimento e o crescimento do País, seria inicialmente uma Reforma Política e Administrativa que trabalhasse com a redução do quantitativo de senadores, deputados federais, estaduais e vereadores, além é claro a redução significativa dos salários milionários pagos aos membros do alto escalão nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Complementando as reformas acima mencionadas seria necessário é claro Reforma Tributária que viesse para fazer com que os impostos e tributos fossem cobrados proporcionalmente ao patrimônio e a renda de cada contribuinte, tributando também as grandes fortunas. Contudo, o que vemos é que são pautadas reformas que tem como único objetivo a retirada de direitos dos trabalhadores, a redução de investimentos na saúde, educação e outras áreas sensíveis que afetam diretamente a classe trabalhadoras e a pessoas mais humildes do País.

Enquanto os brasileiros continuarem nesse dualismo insano, brincando de ser analistas políticos defendendo os corruptos do lado A contra os ladrões do lado B e vice-versa, o que teremos é isso; empresários e políticos que com o apoio da grande mídia pautam as ações que os governos devem implementar para que suas fortunas continuem a crescer astronomicamente, independente da condição de miséria que vive grande parte da população, ou seja enquanto estes (povo) morrem por falta de condições dignas, aqueles (ricos) ficam cada vez mais ricos, exemplo do que vem ocorrendo durante esta pandemia que paradoxalmente é a causa da morte de milhões de pessoas em todo o planeta, mas trouxe inexplicavelmente as condições para o crescimento em mais de 31% da riqueza dos mais ricos.

sábado, 2 de janeiro de 2021

A MALDADE OU A BONDADE MAQUIAVELIANA

 

“Nenhuma maldade deve se perpetuar no tempo, o bem, contudo, deve transcender ao infinito...” Eudasio Menezes

Diversas críticas pesam sobre Nicolau Maquiavel por entendimentos superficiais a respeito da frase constante na imagem acima. Contudo, quando estuamos amiúde O Príncipe e o contexto em que esta máxima é retratada na obra maquiaveliana, percebemos que o aforismo surge sempre esclarecendo uma situação, ou recomendando que sendo preciso cometer algum ato maldoso, que o príncipe ou o governante, não deve fazê-lo repetidas vezes, sob pena de atrair muitos inimigos e com isso tornar-se impossível que ele mantenha seu governo ou Principado, no caso retratado na obra.

Um exemplo claro podemos desta afirmação podemos encontrar no capítulo VIII do compêndio maquiaveliano - O Príncipe - no qual o filosofo florentino discorre a respeito dos que chegam ao Poder (principados ou governos) por meio do crime. Ou seja, aqueles que usam de meios e prática ilícitos para galgar ao poder. A priori é conveniente esclarecer que o autor condena com veemência quem por meio do assalto (tomada criminosa) ascende ao Poder.

Isto tanto é verdade que no capítulo usado como referência para a produção deste texto, ao narrar os meios usados pelo tirano Agatocles de Siracusa para ascender ao Poder, qual seja, traindo e assassinando concidadãos, aliados e parentes, Maquiavel afirmou categoricamente que neste tipo de conquista não há glória, virtude (virtú) ou fortuna senão vejamos:

"...não se pode, é verdade, chamar de virtude (virtú) matar os próprios concidadãos, trair os amigos, faltar a palavra dada, não ter piedade nem religião, procedimentos esses que talvez abram as portas do poder, mas não as da glória...". (O Príncipe Nicolau Maquiavel).

Na verdade, o que Maquiavel quer trazer a luz ao descrever as atrocidades de Agatocles para chegar ao Poder é que tal modo de ascensão violenta é também a causa de manutenção deste, já que tanta crueldade trará um forte impacto e medo não apenas nos povos conquistados, mas tende a inibir eventuais hostilidades de estrangeiros que pensem em invadir domínios sob o poder deste tipo de governante.

"...Ninguém ousou resisti-lhe, todos tiveram que o obedecer, constituindo um governo do qual ele se fez chefe, após matar a todos os que por estarem descontentes podiam prejudica-lo consolidou a sua autoridade criando novas leis civis e militares, assim durante o ano que governou, além de desfrutar da sua segurança na cidade de Fermo, passou a ser temido também por todos os seus vizinhos...". (O Príncipe Nicolau Maquiavel).

O filósofo florentino continua sua argumentação afirmando que parece estranho que em alguns casos outros homens que conquistaram o Poder de modo semelhante, ou seja, de forma criminosa e cruel tenham sido destituídos em pouco tempo, enquanto outros, conseguem se firmar por muitos anos, obtendo o apoio inclusive dos cidadãos que foram subjugados por ele no passado.

Nestes dois casos específicos, Maquiavel chega à conclusão “que aqueles que fazem o mal no ato da tomada do poder e depois que se estabelecem começam a praticar ações boas para seus governados, em pouco tempo caem nas graças destes que esquecem o mal contra eles praticado”, de sorte que o conquistador terá quando necessário, poderá inclusive contar com o apoio deles em sua defesa pessoal e do território contra eventuais invasores internos ou externos que vierem a se insurgir.

Por outro lado, aqueles que do crime e da maldade obtém o poder e continuam a pratica-los, mesmo depois da conquista terão menores chance de manter este poder por muito tempo, pois viverá constantemente rodeado de inimigos internos e externos que estarão sempre à espreita e na primeira oportunidade que tiverem, atacarão e destituirão o governante que sucumbirá ante as inevitáveis rebeliões território. Foi este o contexto que Maquiavel empregou ao dizer que "o mal se faz de uma vez, enquanto o bem dever feito devagar" senão vejamos:

"... Por mim creio ser isto consequência do bom ou mal emprego que se faz da crueldade. Quando bem empregadas pode se chamar, se é lícito dizer bem do mal que alguém pratica de uma vez só, por necessidade e por segurança sem nelas depois insistir, mais transformando-as o mais possível em proveito de súditos. Mal empregadas são as que embora numerosas no começo, se multiplicam ao invés de se extinguirem com o correr do tempo...daí infere-se que ao deitar a mão a um Estado deve o conquistador refletir nas ofensas (mau) que precisa fazer, e fazê-las todas de uma vez, para não ter que renova-las todos os dias e renovando-as não poder tranquilizar os cidadãos, bem como beneficia-los ganhando-os para sua causa..." (O Príncipe Nicolau Maquiavel)

Em síntese, por tudo que foi exposto eu afirmaria sem receios que não devemos praticar qualquer ato de maldade, mas se formos levados a praticá-lo, o façamos de uma só vez e não a conta-gotas, do contrário estaremos em constante conflitos com inimigos permanentes à nossa sombra, não apenas ansiando, mas trabalhando pela nossa destruição.

ÉSIO DO PT E LARISSA CAMURÇA: SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS

              Em relação as pré-candidaturas de Larissa Camurça e Ésio do PT, não há como não identificar grandes semelhanças políticas entr...