quinta-feira, 18 de julho de 2013

UM GOLPE DEMOCRÁTICO OU UM GOLPE NA DEMOCRACIA?

Quando se fala em golpe político na democracia logo nos vem a cabeça a tomada abrupta do poder pela força, isto é, militares fechando o parlamento, indicando governantes, exercito nas ruas tolhendo as liberdades do povo, imprensa proibida de fazer criticas aos que estiverem no poder e daí por diante, a exemplo do que vivenciamos em um passando não muito remoto.
Entretanto, com o fortalecimento da democracia em nosso país tal situação é totalmente inviável, assim em minha opinião, nos últimos meses uma nova forma de golpe vem sendo orquestrado, e tudo teve inicio com a derrota do governo federal tucano, que somado ao desgaste e ao descredito de décadas daqueles políticos que sempre controlaram os destinos de nossa Nação.
O estopim deste golpe começou a ser planejado com a ascensão do PT ao poder através do presidente Lula, que terminou seu segundo mandato com mais de 80% de aprovação, fato este inédito no país, principalmente por tratar-se de um homem simples vindo da classe trabalhadora.
Desta forma não encontrando outra forma legítima de retomar o controle, estes políticos sabedores que não tem mais credibilidade para uma disputa voto a voto, iniciaram uma nova fase de golpe que eu pessoalmente diria que a principal arma usada será a própria democracia. Assim sob o manto de um falso moralismo em relação ao mensalão petista - não estou dizendo que não são culpados, apenas afirmo que os critérios foram políticos e em sua maioria pré-fabricados pela grande mídia - um julgamento que deveria ter por princípio basilar a lei e o direito, foi totalmente desvirtuado, basta ver que em 03 casos similares - mensalões PSDB Minas Gerais, DEM Brasília e PT - nos do PSDB e DEM houve desmembramento do processo, possibilitando aos réus sem foro privilegiados o direito ao duplo grau de jurisdição, assegurado na Constituição Federal, enquanto no caso do PT, este direito foi completamente tolhido.
Voltando ao foco do “GOLPE DEMOCRÁTICO” - importante destacar que esta explanação fez necessária para entendimento do contexto - após julgamento do mensalão petista, eis que surge um nome novo na conjuntura política nacional, o Exmo. Senhor Presidente do STF Doutor Joaquim Barbosa, que logo após a condenação dos mensaleiros é lançado pela mesma grande mídia como o grande moralizador e herói do combate a corrupção, logo em seguida a este julgamento e dois anos antes das eleições presidenciais surgem as pesquisas de intenção de votos enaltecendo o nome do Ministro Presidente do STF e este continua adotando a mesma postura de justiceiro que adotou durante todo julgamento dos mensaleiros petistas, concedendo entrevistas e realizando palestras em universidades sobre o grau de periculosidade dos políticos brasileiros, sobre a submissão do legislativo e omissão do executivo.
Em seguida tem inicio uma mobilização nacional onde a imprensa divulga que os brasileiros estão nas ruas pedindo o fim da corrupção, passe livre nos coletivos, mais saúde, mais educação, etc... Ressalte-se que essa efervescência nem de longe chegou próxima àquela outra articulada para legitimar o impeachment de Collor de Melo.

Juntemos os fatos:

Políticos da elite brasileira que passaram anos no poder saindo deste sem qualquer credibilidade perante o povo brasileiro;

A nação cansada da inércia dos políticos; da corrupção; da falta de políticas públicas;

Um trabalhador humilde que foi eleito e reeleito presidente da republica deixando seu governo com 80% de aprovação e ainda ajudou a eleger a primeira mulher presidente do país, deixando a elite atônita;

Uma mídia que divulga informações segmentadas de forma a deixar seus espectadores sedentos de justiça, mas não uma justiça isente, e sim aquela sob a ótica dos temas editados e divulgados segundo os interesses de cada um dos insatisfeitos;

Um ministro do STF que por seus pronunciamentos seja no julgamento do mensalão ou fora dele surge como um nome novo capaz de fazer justiça e acabar com a corrupção.

 Todos estes fatos juntos se tivessem surgidos naturalmente, realmente seria uma grande transformação para a nação e a chance de moraliza-la vertiginosamente, entretanto, em minha modesta e inexperiente opinião, isso nada mais foi do que uma série de eventos pré-programado e articulado para culminar com uma falsa sensação de justiça que possibilitará a retomada do poder, através de um nome novo que não tem o contágio infeccioso daqueles que se encontram sedentos de retomar o controle.

Em outras palavras eu diria que se tudo isso se concretizar certamente estaremos diante de um “GOLPE DEMOCRÁTICO”, uma brilhante estratégia para o retorno pacífico do velho através do novo.


Será que tudo isso é delírio de minha parte? Gostaria da opinião dos amigos sobre o tema.

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