Quando se fala em
golpe político na democracia logo nos vem a cabeça a tomada abrupta do poder
pela força, isto é, militares fechando o parlamento, indicando governantes,
exercito nas ruas tolhendo as liberdades do povo, imprensa proibida de fazer
criticas aos que estiverem no poder e daí por diante, a exemplo do que vivenciamos
em um passando não muito remoto.
Entretanto, com o fortalecimento
da democracia em nosso país tal situação é totalmente inviável, assim em minha
opinião, nos últimos meses uma nova forma de golpe vem sendo orquestrado, e
tudo teve inicio com a derrota do governo federal tucano, que somado ao
desgaste e ao descredito de décadas daqueles políticos que sempre controlaram os
destinos de nossa Nação.
O estopim deste
golpe começou a ser planejado com a ascensão do PT ao poder através do
presidente Lula, que terminou seu segundo mandato com mais de 80% de aprovação,
fato este inédito no país, principalmente por tratar-se de um homem simples
vindo da classe trabalhadora.
Desta forma não
encontrando outra forma legítima de retomar o controle, estes políticos sabedores
que não tem mais credibilidade para uma disputa voto a voto, iniciaram uma nova
fase de golpe que eu pessoalmente diria que a principal arma usada será a própria
democracia. Assim sob o manto de um falso moralismo em relação ao mensalão
petista - não estou dizendo que não são culpados, apenas afirmo que os critérios
foram políticos e em sua maioria pré-fabricados pela grande mídia - um
julgamento que deveria ter por princípio basilar a lei e o direito, foi
totalmente desvirtuado, basta ver que em 03 casos similares - mensalões PSDB
Minas Gerais, DEM Brasília e PT - nos do PSDB e DEM houve desmembramento do
processo, possibilitando aos réus sem foro privilegiados o direito ao duplo
grau de jurisdição, assegurado na Constituição Federal, enquanto no caso do PT,
este direito foi completamente tolhido.
Voltando ao foco do
“GOLPE DEMOCRÁTICO” - importante destacar que esta explanação fez necessária
para entendimento do contexto - após julgamento do mensalão petista, eis que
surge um nome novo na conjuntura política nacional, o Exmo. Senhor Presidente
do STF Doutor Joaquim Barbosa, que logo após a condenação dos mensaleiros é
lançado pela mesma grande mídia como o grande moralizador e herói do combate a
corrupção, logo em seguida a este julgamento e dois anos antes das eleições
presidenciais surgem as pesquisas de intenção de votos enaltecendo o nome do
Ministro Presidente do STF e este continua adotando a mesma postura de
justiceiro que adotou durante todo julgamento dos mensaleiros petistas,
concedendo entrevistas e realizando palestras em universidades sobre o grau de
periculosidade dos políticos brasileiros, sobre a submissão do legislativo e
omissão do executivo.
Em seguida tem
inicio uma mobilização nacional onde a imprensa divulga que os brasileiros
estão nas ruas pedindo o fim da corrupção, passe livre nos coletivos, mais
saúde, mais educação, etc... Ressalte-se que essa efervescência nem de longe
chegou próxima àquela outra articulada para legitimar o impeachment de Collor de Melo.
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