Desde
o final de 2015 (último ano do governo Dilma Rousseff) que além da crise
política, também vem se agravando dia a dia uma crise econômica, e em função disso
todos os trabalhadores brasileiros sofrem seus efeitos, mas em especial uma das
categorias mais penalizadas são servidores públicos - principalmente no âmbito
municipal e estadual - que em virtude da severa política de cortes praticada
pelo governo federal, vivenciam supressão e violações de muitos dos direitos, pois
ao promover estes cortes, o governo federal reduz os repasses dos recursos
destinados aos entes estaduais e municipais, que por sua vez se veem obrigados
a também fazer cortes para adequar sua realidade crescente a nova receita
reduzida.
Com
isso, além de procurar se atualizar sobre estes cortes feitos pelo governo
federal, é importante que conheça qual quais os reflexos entre eles, a Proposta
Orçamentária e o Orçamento Arrecadado, pois a diferença entre um e outro,
reflete diretamente nos valores que integram a Receita Corrente Líquida, e por
via de consequência, o percentual destinado a folha de pagamento de pessoal,
conforme dispõe a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Embora
algumas pessoas, principalmente representantes de classes e políticos
(mandatários ou não), por uma questão conveniência ou irresponsabilidade
prefiram ignorar estes dados omitindo-se de um debate técnico sobre o assunto, preferindo
fazer o jogo do pedir por pedir e criticar por criticar, sem se importar com
razões legais, por ser mais fácil e prático, o discurso de que o gestor não concedeu
o pedido ou não fez o serviço porque não quis.
Em
Maracanaú por exemplo - onde moro a 43 anos e destes, trabalho a 31 anos na
prefeitura - é comum, presenciarmos alguns discursos oposicionistas afirmando que
Maracanaú é “a cidade mais rica do estado e tem “orçamento anual de mais de R$
800.000.000,00” etc... etc..., contudo, não encontramos em nenhum destes
abnegados defensores dos menos favorecidos, alguém capaz de produzir um debate
técnico sobre o assunto. Acusam o governo de fazer política, mas seus discursos
nada mais são do que falas políticas, sem qualquer conteúdo técnico/jurídico.
Então,
motivado por estes discursos, pelo prazer da pesquisa e o gosto pela produção
de informações reais e sem subterfúgios e sem qualquer preocupação com formatação
jornalístico/profissional, resolvi fazer um estudo sobre os orçamentos de nossa
cidade de 2012 a 2017 isto porque os mesmos já estão finalizados e contabilizados
por completos no site do Tribunal de Contas do Estado do Ceará. Como resultado
deste trabalho, detectei nestes 06 anos analisados, um saldo negativo acumulado
da ordem de 62,50% entre o Orçamento Previsto e o Orçamento Arrecadado.
Em
termos reais, o percentual acima resulta numa diferença de R$ 414.762.110,16 entre
o Orçamento Previsto e o Arrecadado, o que significa dizer que neste período, dos
100% previstos apenas 89,18% foi arrecadado, gerando assim um déficit de 10,82%
entre OP e o OA. (OP 100% - OA 89,18% = - 10,82%). Estes fatores - cortes de
receitas e queda na arrecadação local - fazem com que muitos municípios, mesmo
sem aumentar seu quantitativo de pessoal, veja sua margem de comprometimento
com folha de pagamento ser elevada em relação a Receita Corrente Líquida, que é
calculada a partir das verbas orçamentárias.
Cabe
ainda ênfase especial no que diz respeito ao ano de 2015 - último ano do
governo Dilma Rousseff - marcado pelo acirramento das mobilizações pré-golpe, quando
PSDB, PMDB e FIESP, capitaneados respectivamente por Aécio Neves, Michel Temer
e Paulinho da Força, colocaram o grande Pato Amarelo nas ruas, representando o
povo brasileiro, e fizeram coro com os 596 picaretas, até a derrubada da
presidente eleita democraticamente e a ascensão disso que hoje está ai
governando o Brasil.
Se
você observar na tabela acima poderá verificar que naquele ano - 2015 - a
Previsão Orçamentária de Maracanaú foi de R$ 740.323.150,00, contudo, em dezembro
de 2015 - quando efetivamente teve início o processo de impeachment), o
Orçamento Arrecadado foi R$ 603.280.529,82, isto é 81,49% em relação aos 100% previstos.
Na prática isso representou uma redução de R$ 137.042.620,18, ou -18,51%. Uma
das maiores diferenças negativas nos seis anos analisados. (Ver na planilha,
coluna em vermelho).
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