O QUE
GANHOU O POVO BRASILEIRO
Dez dias de caos e desabastecimento geral, o povo ganhou do governo
federal a promessa de que as medidas aplicadas quanto a redução no preço dos combustíveis,
referem-se apenas ao diesel, não valendo para o gás de cozinha, a gasolina e
outros derivados do petróleo. Lógico que não foi apenas promessas, o governo
também silenciou quanto aos reajustes de 0,74% e 2,25% no preço da gasolina nos
dois dias subsequentes ao acordo com os caminhoneiros. Assim, se estes dois
reajustes forem repassados para as bombas - que certamente serão - o preço da
gasolina comum aqui em Maracanaú, por exemplo que custava em média R$ 4,89 o
litro passa a valer R$ 5,04, ou seja, um acréscimo de R$ 0,15 no valor do
litro, assim, um carro com tanque de 50 litros irá pagar a mais R$ 7,50, para
enche-lo. Só lembrando, que o preço praticado hoje em relação ao praticado no
final de 2015 - último ano do governo Dilma Rousseff - que era de R$ 3,37, representa
um acréscimo de 49,55% em pouco mais de dois anos, significa dizer que um
tanque de 50 de litros que em 2015, você enchia com R$ 168,00, hoje custa
252,00.
Mas
não é só isso, para subsidiar o acordo com os caminhoneiros, Michel Temer
determinou cortes de verbas em áreas sensíveis para o povo brasileiro, que mais
uma vez irá pagar a conta do descaso e da corrupção desenfreada no governo
federal e no congresso nacional. Mas neste momento não vou falar de corrupção,
mas sim, de como iremos pagar o seu alto custo, ou seja, que áreas serão
afetadas com o corte de verbas que subsidiará o justo movimento dos caminhoneiros.
Movimento este que só aconteceu, por causa da má-gestão administrativa do
governo federal, que preferiu investir no pagamento de parlamentares para votar
pelo arquivamento de denúncias de corrupção apresentada contra o chefe do
executivo e seus comparsas do que investir em infraestrutura e melhoria das
condições de trabalho e de produção dos brasileiros.
Então
vamos, lá. Dentre outras áreas, vejamos quem perdeu recursos para bancar os
subsídios concedidos pelo governo federal aos caminhoneiros: estrutural: programa de
transporte terrestre do ministério dos transportes, que envolve adequação e
construção de 40 obras, perdeu R$ 368,9 milhões; programa de prevenção e
repressão ao tráfico de drogas R$ 4,1 milhões; programa de concessão de bolsas
para estímulo ao fortalecimento de instituições de ensino superior (R$ 55,1
milhões); policiamento ostensivo e rodovias e estradas federais (R$ 1,5
milhões); fortalecimento do sistema único de saúde, com R$ 135 milhões.
Enquanto foram criados recursos da ordem de R$ 80 milhões para as chamadas “operações
de garantia da lei e da ordem” que tem por fim dar respaldo legal para
que o governo federal faça uso das Forças Nacionais de Segurança e das Forças
Armadas para reprimir - muitas vezes fazendo uso de violência - as
manifestações dos movimentos sociais organizados.
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