domingo, 3 de junho de 2018

OS DEZ DIAS QUE PARALISARAM O BRASIL: PARTE II

O QUE GANHOU O POVO BRASILEIRO
Dez dias de caos e desabastecimento geral, o povo ganhou do governo federal a promessa de que as medidas aplicadas quanto a redução no preço dos combustíveis, referem-se apenas ao diesel, não valendo para o gás de cozinha, a gasolina e outros derivados do petróleo. Lógico que não foi apenas promessas, o governo também silenciou quanto aos reajustes de 0,74% e 2,25% no preço da gasolina nos dois dias subsequentes ao acordo com os caminhoneiros. Assim, se estes dois reajustes forem repassados para as bombas - que certamente serão - o preço da gasolina comum aqui em Maracanaú, por exemplo que custava em média R$ 4,89 o litro passa a valer R$ 5,04, ou seja, um acréscimo de R$ 0,15 no valor do litro, assim, um carro com tanque de 50 litros irá pagar a mais R$ 7,50, para enche-lo. Só lembrando, que o preço praticado hoje em relação ao praticado no final de 2015 - último ano do governo Dilma Rousseff - que era de R$ 3,37, representa um acréscimo de 49,55% em pouco mais de dois anos, significa dizer que um tanque de 50 de litros que em 2015, você enchia com R$ 168,00, hoje custa 252,00.
Mas não é só isso, para subsidiar o acordo com os caminhoneiros, Michel Temer determinou cortes de verbas em áreas sensíveis para o povo brasileiro, que mais uma vez irá pagar a conta do descaso e da corrupção desenfreada no governo federal e no congresso nacional. Mas neste momento não vou falar de corrupção, mas sim, de como iremos pagar o seu alto custo, ou seja, que áreas serão afetadas com o corte de verbas que subsidiará o justo movimento dos caminhoneiros. Movimento este que só aconteceu, por causa da má-gestão administrativa do governo federal, que preferiu investir no pagamento de parlamentares para votar pelo arquivamento de denúncias de corrupção apresentada contra o chefe do executivo e seus comparsas do que investir em infraestrutura e melhoria das condições de trabalho e de produção dos brasileiros.
Então vamos, lá. Dentre outras áreas, vejamos quem perdeu recursos para bancar os subsídios concedidos pelo governo federal aos caminhoneiros: estrutural: programa de transporte terrestre do ministério dos transportes, que envolve adequação e construção de 40 obras, perdeu R$ 368,9 milhões; programa de prevenção e repressão ao tráfico de drogas R$ 4,1 milhões; programa de concessão de bolsas para estímulo ao fortalecimento de instituições de ensino superior (R$ 55,1 milhões); policiamento ostensivo e rodovias e estradas federais (R$ 1,5 milhões); fortalecimento do sistema único de saúde, com R$ 135 milhões. Enquanto foram criados recursos da ordem de R$ 80 milhões para as chamadas “operações de garantia da lei e da ordem” que tem por fim dar respaldo legal para que o governo federal faça uso das Forças Nacionais de Segurança e das Forças Armadas para reprimir - muitas vezes fazendo uso de violência - as manifestações dos movimentos sociais organizados.

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