domingo, 30 de dezembro de 2012

PROTEÇÃO A PROPRIEDADE INTELECTUAL


Por Luciana Benevides:

Eu costumo ser bastante ácida e irônica quando trato daquilo que chamam “Marketing Pessoal”. Não que discorde da importância de promover os talentos individuais em seus mais variados segmentos. Mas porque por vezes presencio exageros que beiram o ridículo. E a supervalorização da imagem em detrimento da essência faz com que gatos exibicionistas tirem a oportunidade de lebres tímidas. No entanto, confesso que a vida me ensinou que não existe nada de errado no individuo apropriar-se daquilo que é seu também na esfera intelectual. Todo mundo defende sua casa, seu carro e até sua bolsa Louis Vuitton. É um direito inalienável e inquestionável. Mas quando nasce uma IDÉIA parece que a desapropriação é imediata e não existem muitos pudores em atribuir para si a autoria de um conceito alheio. Não que a propriedade intelectual precise ser cercada, contida, negada o acesso. Pelo contrário, boas ideias tem mais é de ser compartilhadas, desde QUE DADO O DEVIDO CRÉDITO À ORIGEM. Infelizmente, nosso país não valoriza a atividade intelectual e aqueles que executam uma concepção, dando-lhe a forma necessária, colhem todos os louros e na maioria das ocasiões quando não acham um jeito de assumir a autoria, não hesitam em desmerecer a centelha imaterial que iniciou a combustão do projeto. Afinal, dizem eles, era apenas uma ideia! Engraçado, se era tão simples, porque eles mesmos não a tiveram? E não querendo menosprezar a parte prática das coisas, mas a verdade é que quem executa geralmente o faz porque dispõe dos recursos ou dos meios para obtê-los, o que nem sempre é garantido àquele que idealizou. Durante toda a minha vida eu passei por episódios dessa natureza. Tive e dividi sem receios ideias que por sua geração espontânea me pareciam tão simples que só fui capaz de captar a sua grandeza quando elas tomaram uma proporção bem maior do que imaginava. Quando eram replicadas, elogiadas e, principalmente, festejadas pelos seus “idealizadores”. E enquanto me era exigida “humildade” para não fazer promoção em cima daquilo que minha mente produziu, lá na frente o orgulho de defender o que não era seu provou que não havia humildade alguma para conceder o mérito a quem de fato merecia. Nesse ínterim, espero que um dia possamos todos aprender a se ter mais respeito, atenção e ÉTICA pela propriedade intelectual. Pois agora, finalmente, entendo a razão do que tantas vezes me pareceram exageros cometidos em função do tal “Marketing Pessoal”. Era, na verdade, a precaução talvez um tanto quanto demasiada de evitar a invasão dos militantes do “Movimento dos Sem-Ideias”. É, eu sou nova, um dia eu aprendo!

Parabéns Luciana Benevides!
Você disse tudo, só quem passou por esta situação sabe o quanto este tipo de parasitismo ao intelecto alheio é chato. 

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