terça-feira, 2 de janeiro de 2018

OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS

Atribuída falsamente a obra “O Príncipe do filósofo Florentino Niccolò di Bernardo dei Machiavelli - Nicolau Maquiavel - a frase “os fins justificam os meios” tem gerado grandes debates no meio político, empresarial e principalmente nos debates ideológicos do certo e do errado, do ético e aético, do moral e amoral. Contudo, neste caso específico, em primeiro lugar a frase nunca foi citada por aquele pensador, pelo menos em sua obra “O Príncipe”. Na verdade, Maquiavel que foi um grande defensor de um estado forte e soberano afirmou sua obra que:  “...o governante deve agir segundo a moral sempre que possível, mas deve infringi-la somente quando for isso necessário para a manutenção do poder...”.
Deste modo, assim como na Obra “A Arte da Guerra” onde Sun Tzu, trouxe ideia e conceitos para que um comandante obtenha sucesso no fronte de batalha - filosofia esta que posteriormente foi readaptada aos conceitos políticos, empresariais e táticas de lideranças, dentre outras - a ideia de Maquiavel com a obra “O Príncipe” foi criar conceitos e estratégias que fortalecessem o Estado que pelo menos em tese fora criado para representar e defender os interesses do povo. Por isso mesmo não se pode olvidar que para defender os interesses de seus cidadãos, o Estado precisa ser forte, autônomo e independente em relação as potências estrangeiras e até mesmo contra eventuais inimigos internos.
Assim, igualmente aquela brincadeira na qual se testa a eficiência da comunicação verbal, formando uma roda de pessoas e cochichando uma frase no ouvido da que está ao lado, para que ela repasse adiante, e assim sucessivamente, até que retorne a origem, quando o resultado geralmente difere totalmente da frase inicialmente proferida. Na verdade, a frase “...os fins justificam os meios...” erroneamente atribuída à Maquiavel, originou-se de uma interpretação destoante do propósito real da obra “O Príncipe” que seria o fortalecimento do Estado e usada conforme os critérios ideológicos e a conveniência de cada leitor, para justificar suas críticas. Entretanto, supondo que a frase fosse verdadeira, não significa necessariamente que ela fosse “maquiavélica” neste caso no sentido de malefício e não do autor de O Príncipe. O modo como fosse aplicada é que a conceituaria como sendo “do bem” ou “do mal”.
Para melhor compreensão do que foi dito acima, tentarei segundo minhas convicções demonstrar no campo político, um exemplo de uso moral e outro amoral da expressão os fins justificam os meios: Acredito ser AMORAL o caso de um candidato que percebendo o risco de perder as eleições, sem qualquer prévia comunicação, despreza seus atuais alados e busca o apoio de antigos aliados, com os disputou acirrado processo eleitoral e foi derrotado. Notem que neste caso os fins foram o proveito pessoal e a busca pessoal pelo poder, e para tanto o meio utilizado para justificar esse fim foi alianças e acordos de conveniência, no verdadeiro vai-e-vem fazendo dos aliados de hoje os adversários de amanhã e dos adversários de ontem os aliados de hoje.
Ao meu sentir MORAL é a situação na qual um governante, mesmo contrariando os interesses pessoais de alguns aliados, em nome do crescimento da cidade, estado ou país que governa, e consequentemente do bem-estar de seus governados, ignora situações políticas partidárias ocasionais, visando exclusivamente a busca dos meios necessários a implementação dos meios financeiros necessários à garantia de políticas públicas que irão beneficiar diretamente a cidade e seus cidadãos,
Neste caso o governante não buscou como fim o proveito pessoal, mas em nome do bem comum da coletividade, e mesmo contrariando interesses internos, usou os meios necessários para buscar externamente as condições propícias ao desenvolvimento da coletividade, aqui os fins justificam moralmente os meios. Assim, conforme disse o Vulcano Spock em um dos episódios de Jornada Nas Estrela - “A Ira de Khan - “A lógica diz que a necessidade de muitos se sobrepõe à necessidade de poucos, ou de um só.” A meu ver este é um pensamento da ficção que deveria ser perfeitamente aplicado a vida real. Quero com isso dizer que se for em nome do bem comum da maioria, certamente, os fins justificam os meios.

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